AAEAC organiza semana de Angola na Faculdade de Letras de Lisboa

A AAEACAssociação de Apoio ao Estudante Africano e Comunidades, é uma associação de carácter de solidariedade social tendo como objectivo contribuir para a valorização da formação Cientifica, Profissional e Cultural dos Estudantes Africanos que frequentam os Estabelecimentos de Ensino em Portugal. No âmbito das suas acções e sempre preocupada com a situação dos estudantes e imigrantes angolanos na diáspora, realizou no passado dia 09 de Dezembro, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa o debate “Angola: que caminho seguir?”.

Foi o ponto mais alto de uma semana em que se pretendeu dar a conhecer Angola. A abertura e a moderação do encontro esteve a cargo de Laura Vidal, colaboradora da “Conexão Lusófona”. O principal foco do debate foi problematizar aspectos relacionados com a cultura e com a economia angolana. Nesse âmbito pretendeu-se “sacudir”, ou melhor, despertar a consciência social dos estudantes angolanos em Portugal, não só a dos angolanos, mas de todos aqueles que desejam desenvolver uma carreira em Angola.

O debate teve a participação da Dra. Maria Adelina Amorim, historiadora e directora da Associação das Culturas Lusófonas; a esta investigadora coube pronunciar-se acerca do conceito de “lusofonia” bem como fazer uma breve exposição sobre as relações históricas que existem entre Angola e Portugal.

Teve também a participação do Dr. Paulo Inglês, investigador no Centro de Estudos Africanos do ISCTE; abordou a questão da reconstituição económica de Angola após o período de guerra.

Sob a temática: A reforma educativa em Angola, e em representação da AAEAC teve como orador o Professor Sihanouk Fortuna, docente da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto. Tratando-se de um tema de máxima pertinência, sobretudo para os estudantes, coube ao professor comunicar aos presentes as medidas que têm sido desenvolvidas a fim de incrementar e revolucionar o sistema educativo angolano.

Seguidamente, tomou a palavra o Dr. Jorge Baquissy, médico; o clínico cardiologista actualmente a trabalhar nas cidades de Coimbra e Lisboa, por sua vez, começou por traçar um panorama geral sobre o actual sistema de saúde de Angola; abordou as dificuldades com que a maior parte da população ainda se depara no acesso à saúde; defendeu a primazia e relevância da saúde no seio de qualquer sociedade e atiçou o debate ao se referir acerca da ascensão económica de alguns segmentos sociais em detrimento das carências da maioria da população. Segundo o médico angolano, “uma sociedade que não investe na sua saúde do seu povo, é uma sociedade combalida”.  

Posteriormente, deu-se a intervenção da Psicóloga Godelieve Meersschaert, directora da Associação Moinho da Juventude; a mesma Psicóloga além de destacar a importância das actividades que a sua associação tem vindo a desenvolver junto dos jovens imigrantes residentes em Lisboa, trouxe à discussão os problemas concretos da sociedade angolana, lançou algumas críticas no sentido positivo e mencionou algumas iniciativas que poderiam ajudar na resolução das dificuldades que o país está a atravessar. A Psicóloga deu término ao seu discurso com a seguinte interrogação: “porquê que um país tão rico como Angola não consegue se concretizar?”.

Após a intervenção dos cinco oradores, e antes do encerramento do debate, abriu-se o espaço de opinião, as questões colocadas pelos participantes enriqueceram e avivaram a discussão, apesar da escassez do tempo, contribuíram em muito para a finalidade do encontro.

A AAEAC Agradece a todos os presentes pela forma entusiástica e calorosa como aderiram ao debate, especialmente aos oradores pela disponibilidade e pelo rigor das suas exposições.

 Eduardo Kiesse

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